Os seminários de História da Filosofia de 2014 estão a disposição no livro organizado por Danilo Marcondes - Textos básicos de filosofia".
Segue link abaixo para quem desejar tê-lo:
http://charlezine.com.br/wp-content/uploads/2011/11/Textos-B%C3%A1sicos-de-Filosofia-dos-pr%C3%A9-socr%C3%A1ticos-a-Wittgenstein-Danilo-Marcondes.pdf
Para o 1º ano será o texto de Platão, no Livro Protágoras - O mito de Epimeteu: A criação do homem.
Para o 2º ano será o texto de Spinoza, no Livro Ética - Da servidão humana.
Para o 3º ano será o texto de Heidegger O que é isto - A filosofia?
att.
FILOSOFANDO NA ESCOLA
segunda-feira, 19 de maio de 2014
terça-feira, 20 de agosto de 2013
Esquema
do capítulo 5 – Linguagem e pensamento
(ARANHA,
Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: uma introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 2009.
4. ed. p.54-65)
1. A
linguagem do desenho
·
Uma das
linguagens da arte.
o
A mais antiga,
a mais usada até hoje.
2. O que é
uma linguagem?
·
“É um
instrumento que nos permite pensar e comunicar o pensamento, estabelecer
diálogos com nossos semelhantes e dar sentido à realidade que nos cerca”.
·
Estrutura
da linguagem
o
Toda
linguagem é um sistema de signos.
o
Signo:
é uma coisa que está no lugar de outra sob algum aspecto. (Peirce)
o
Tipos
de signos
§
Se o
signo está no lugar do objeto, isto é, se o substitui, ele é uma representação
do objeto.
§
Quando
a relação é de semelhança, temos um
signo tipo ícone.
§
Se a
relação é de causa e efeito, uma
relação que afeta a existência do objeto ou é por ela afetada, temos um signo
do tipo índice.
§
Se a
relação é arbitrária, regida
simplesmente por convenção, temos o símbolo.
·
Como só
o ser humano é capaz de estabelecer signos arbitrários, regidos por convenções
sociais, dizemos que o mundo humano é
simbólico.
o
Outros
elementos da linguagem
§
Precisamente
por ser um sistema de signos, toda linguagem possui um repertório, ou
seja, uma relação de signos que a
compõem.
§
É
preciso que se estabeleçam as regras de combinação dos signos.
§
A
linguagem deve estabelecer as regras de uso dos signos.
§
Só
quando conhecemos o repertório de signos, as regras de combinação e as regras
de uso desses signos é que podemos dizer que dominamos uma linguagem.
o
A
construção da significação
§
Só
podemos saber com qual significado o signo está sendo usado a partir da frase,
que oferece o primeiro contexto da comunicação.
§
A
situação social na qual a frase é dita é o segundo contexto que nos auxiliará
na decodificação do signo e da mensagem.
·
Tipos
de linguagem
o
Linguagem
matemática, as de computador, as línguas diversas, as linguagens artísticas
(arquitetônica, musical, pictórica, escultórica, teatral, cinematográfica) e as
gestuais, da moda, espaciais e outras.
o
Algumas
são mais flexíveis que outras.
o
As
linguagens só se desenvolvem em função de projetos.
3. A
linguagem verbal
·
“A
palavra é a senha de entrada no mundo humano” – Georges Gusdorf.
·
A
linguagem é um sistema de representações
aceito por um grupo social que possibilita a comunicação entre os
integrantes do grupo.
o
Produto
da razão e só pode existir onde há racionalidade.
o
É um
dos principais instrumentos na formação do mundo cultural porque nos permite
transcender nossa experiência.
o
O nome,
ou a palavra, tem a capacidade de tornar presente para nossa consciência o
objeto que está longe de nós.
§
Não
precisamos mais da existência física das coisas: criamos por meio da linguagem,
um mundo estável de idéias que nos permite lembra o que já foi e projetar o que
será.
§
Dessa
forma, é instaurada a temporalidade no existir humano.
§
Pelas
palavras podemos transmitir o conhecimento acumulado por uma pessoa ou
sociedade, podemos passar adiante essa construção da razão que se chama cultura.
4. Funções
da Linguagem
·
Para
nos comunicarmos com os outros seres humanos de hoje, do passado e do futuro;
para expressar nossos afetos positivos ou negativos; para falar da realidade
que nos circunda; ara despertar uma reação no destinatário; para discutir o
código que estamos usando ou outro qualquer; para reafirmar o contato com o
outro, sem o que não haverá comunicação; e para fazer arte.
·
Dispomos
de toda essa riqueza quando temos o domínio de uma ou de várias linguagens.
5.
Linguagem, pensamento e cultura
·
Diversos
tipos de pensamentos:
o
Pensamento
concreto – se forma a partir da percepção sensível, ou seja, da representação
de objetos reais, e é imediato, sensível e intuito.
§
As
linguagens artísticas são mais adequadas ao pensamento concreto.
o
Pensamento
abstrato – estabelece relações, que cria os conceitos e as noções gerais e
abstratas , é mediato e racional.
§
Para o
pensamento abstrato e conceitual, que se afasta do sensível, do individual, a
língua se apresenta como condição necessária, por ser um sistema de signos
simbólicos
·
Além de
estruturar o pensamento, a linguagem mantém estreita relação com a cultura. Se,
por um lado, as várias linguagens fixam e passam adiante os produtos do pensamento sob a forma de ciência,
técnicas e artes, elas também sobrem a influência das modificações culturais .
Nas línguas há modificações semânticas e de repertório a partir das novas
descobertas e do desenvolvimento da técnica. Nas artes, a reestruturação da
linguagem responde a mudanças de valores, de anseios e de buscas no seio da
cultura de cada sociedade.
·
A
aquisição da linguagem é um marco referencial da humanidade.
quarta-feira, 3 de abril de 2013
Esquema do capítulo 9 – O que podemos conhecer?
(ARANHA,
Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: uma introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 2009.
4. ed. p.108-116)
1. O ato de conhecer
v Teoria
do conhecimento => campo que abarca as questões sobre o conhecer.
v Conhecimento
=> modo pelo qual o sujeito se apropria intelectualmente do objeto
Ø
Ato – relação sujeito e objeto.
Ø
Produto – resultado do acumulado.
2. Os modos de conhecer
v Intuição
– conhecimento imediato
Ø
Empírica – baseada na experiência
§
Sensível – sentidos.
§
Psicológica – sentimentos.
Ø
Inventiva – inspiração.
Ø
Intelectual – intuição primeira
v Conhecimento
discursivo – conhecimento mediato => conceito ou idéias gerais => juízos
e raciocínios => demonstração e conclusões.
3. A verdade
v Veracidade
Ø
veraz (não mente)
§
verdade / mentira
Ø
realidade
§
verdadeiro / falso
v Realidade
(depende do juízo)
4. Podemos alcançar a
certeza?
v Dogmatismo
Ø
Senso comum: certezas não questionadas.
Ø
Filosófico: a razão pode alcançar a certeza
absoluta – René Descartes.
v Ceticismo
Ø
Não há possibilidade de conhecimento – Gorgias
(ser – pensar – dizer).
Ø
Moderado: é impossível encontrar certezas, mas
não se deve abandonar a busca da verdade.
Ø
Pirro de Élida
§
Suspensão do juízo.
§
Não se pode discernir verdadeiro do falso.
Ø
Michel de Montaigne
§
Valorização da subjetividade.
§
A consciência prefere a dúvida à certeza.
Ø
David Hume
§
Nossas certezas são probabilidades.
Ø
Immanuel Kant
§
Só conhecemos os fenômenos.
5. Teorias sobre a verdade
v Evidência
como critério da verdade
Ø
Aristóteles – “é verdadeira a proposição que
corresponde a um fato da realidade”.
v Racionalismo
– há um mundo objetivo a ser desvendado pela razão
v Mestres
da suspeita – termo cunhado por Paul Ricoeur para designar Marx, Nietzsche e
Freud por suspeitarem das ilusões da consciência.
Ø
Marx: a ideologia
§
Conhecimento ilusório (manter a verdade do
dominante)
Ø
Nietzsche: o critério da vida
§
Instintos – valores são racionais
Ø
Freud: o inconsciente
§
A busca da verdade velada
§
Desejos
Ø
Há desdobramentos posteriores.
6. A verdade como horizonte
v Aceitar
o movimento contínuo entre certeza e incerteza.
v A
verdade continua como propósito humano necessário e vital, que exige a
liberdade de pensamento e o diálogo, para que os indivíduos compartilhem as
interpretações possíveis do real.
terça-feira, 2 de abril de 2013
Exercício extra classe para os alunos do 2º ano EESTA
DISCUTINDO O
PRECONCEITO
TEXTO 1
Preconceito
(pré-conceito) significa conceito (ou opinião) formado antecipadamente, com o
desconhecimento dos fatos. Geralmente ocorre porque internalizamos muito da
nossa herança cultural sem discussão. O risco do preconceito está na postura
dogmática que recusa reexaminar essas convicções. Em decorrência, o preconceito
se torna fonte de intolerância e de violência, levando à discriminação quando o
diferente é considerado inferior e, por isso mesmo, excluído dos privilégios
que os “melhores” desfrutam.
TEXTO 2
“Nos
Estados escravagistas, o sistema de autoridade e de hierarquia, pelo qual se
afirmava a dominação dos brancos, impunham-se graças às regras estritas da
etiqueta. Negros e brancos podiam viver juntos na medida precisamente em que as
regras de etiqueta lembravam constantemente a desigualdade de condição de uns e
de outros. Os ‘escravos de casa’ partilhavam a intimidade de seus senhores, na
qualidade de domésticos, amas-de-leite, serviçais e concubinas. Frequentavam a
mesma igreja, os jovens negros brincavam com os filhos de seus senhores. (...)
Se negros e brancos podiam viver juntos no mesmo espaço social e doméstico e
manter relações sexuais, embora o casamento entre brancos e negros estivesse
excluído, é que a diferença de condição era suficientemente clara para que essa
familiaridade não pusesse em questão a superioridade dos primeiros. Os papéis
eram desprovidos de qualquer ambigüidade. O negro conhecia ‘seu lugar’ e havia
interiorizado sua condição inferior. As regras precisas da etiqueta
lembravam-no disso a todo momento”.
(SCHNAPPER, Dominique. Racismo. Em:
CANTO-SPERBER, Monique. Dicionário de
ética e filosofia moral. v.2. São Leopoldo, RS: Unisinos, 2003. p. 458.)
TEXTO 3
“Todos
os regimes de opressão justificam-se pelo aviltamento dos oprimidos. Eu vi, na
Argélia, muitos colonos acalmarem sua consciência pelo desprezo que sentiam em
relação aos árabes esmagados pela miséria: mais eles eram miseráveis, mais
pareciam desprezíveis, de tal forma que não havia jamais lugar para o remorso.”
(BEAUVOIR, Simone. Moral da ambigüidade. Rio
de Janeiro: Paz e Terra, 1970. p. 86.)
1. Realizada a
leitura, o grupo deverá discutir o sentido dos três textos e em seguida
escolher uma das formas de preconceito para aprofundar a discussão e dividir as
tarefas entre si.
2. O grupo
deverá pesquisar sobre o tema escolhida.
A consciência mítica - Esquema do capítulo 2
(ARANHA,
Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: uma introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 2009.
4. ed.)
1.
Dois relatos míticos
v A Filosofia é grega, nascida nas colônias
gregas no século VI a.C.
v O mito era uma forma de pensamento que
existia antes da Filosofia, porém ela ainda existe no nosso meio.
v Dois mitos:
Ø
Origem
da noite – povos indígenas, maué, nativos dos rios Tapajós e Madeira.
Ø
Origem dos
males – gregos dos tempos homéricos.
v Mito não é lenda, fábula ou crendice.
Ø
“Na linguagem
comum costuma-se identificar o mito à mentira”.
Ø
O mito
é mais expressivo e rico e não desligado da vida.
2.
O que é mito?
v Mito – processo de compreensão da realidade.
Ø
O mito
é uma verdade, resultado de uma intuição compreensiva da realidade.
Ø
O mistério
é outro componente importante do mito.
Ø
Os mitos,
muitas vezes, estão envoltos no sagrado, no divino, sendo de natureza
sobrenatural.
3.
Os rituais
v Mircea Eliade – uma das características do
mito é fixar os modelos exemplares de
todos os ritos e de todas as
atividades humanas significativas.
Ø
Os gestos
dos deuses são imitados nos rituais.
Ø
O rito
é a atualização do evento mítico.
v Exemplos de rituais
Ø
Ritos de
passagem – nascimento, da infância para idade adulta, do casamento, da morte
Ø
Ritos
próprios de uma crença – cultos, cerimônias, oferendas, preces, templos,
festas, objetos religiosos.
v Transgressão do Tabu
Ø
Tabu –
proibição, interdito.
§
Assume caráter
sagrado.
§
O mais
antigo é o do incesto.
Ø
Rituais
de purificação
§
Expiação
– sacrifício de algum animal ou homem/mulher
4.
Teorias sobre o mito
v Inúmeras teorias de antropólogos, filósofos,
psicanalistas, historiadores.
v As funções do mito
Ø
Explicam
o mito pela função que desempenham no cotidiano da tribo, garantindo a
sobrevivência e a tradição do grupo.
§
Exemplos:
a origem da agricultura, a fertilidade das mulheres, o caráter mágico das
danças e desenhos.
v O caráter inconsciente do mito
Ø
Acentuam
o caráter existencial e inconsciente do mito, como revelador do sonho, da
fantasia, dos desejos mais profundos do ser humano.
v O mito como estrutura
Ø
O mito
como explicação e fundamentação das estruturas de uma sociedade/sistema.
5.
O mito nas civilizações antigas
v Nas civilizações antigas era componente
importante da cultura
Ø
As religiões
separaram sagrado e profano.
Ø
O poder
era exercido pela classe sacerdotal. O soberano era um deus.
Ø
Teocracia.
v Os deuses gregos
Ø
Civilização
grega – constituída de diversas regiões autônomas, mas que possuíam a mesma língua
e a mesma cultura.
§
A religião
era politeísta.
§
Deuses
eram imortais e viviam no Monte Olimpo.
§
Havia
oferendas, sacrifícios e peregrinações aos grandes santuários.
Ø
Homero
§
Poeta ambulante
escreveu as epopéias Ilíada (sobre a guerra de Tróia) e a Odisséia (a volta de
Ulisses para casa após a guerra de Tróia).
§
As epopéias
desempenharam papel pedagógico importante, pois descrevia a história grega e
transmitia os valores culturais.
§
As epopéias
também mostravam o herói que buscava a virtude.
Ø
Hesíodo
§
Poeta
que escreveu as obras Teogonia (sobre a origem do mundo e dos deuses) e
Trabalhos e os Dias (sobre o mundo dos mortais e sua organização).
§
Suas
obras mostram o interesse pelo mito.
6.
O mito hoje
v O pensamento reflexivo teria decretado a
morte da consciência mítica?
Ø
Positivismo
– Augusto Comte – a ciência supera o mito
§
Cria o
mito do cientificismo – a ciência como capaz de explicar tudo.
§
O senso
comum, a filosofia, a arte, a religião não nega que o mito está na raiz da
inteligibilidade.
§
Os mitos
ainda persistem no cotidiano.
Ø
A permanência
do mito
§
O mito
ainda é uma expressão fundamental do viver humano, o ponto de partida para compreensão
do ser.
§
Histórias
em quadrinhos de super-heróis, luta do bem contra o mal (maniqueísmo); os conto
de fada; as personalidades; na política que se direciona para os valores (virtudes)
ou ainda em circunstâncias que se levantam falsos mitos.
§
O
comportamento é cheio de rituais, religiosos ou secularizados; as manifestações
coletivas.
7.
Para refletir
v Os mitos fazem parte da vida do ser humano,
mesmo que em escalas diferentes, e apesar das críticas racionais que os legitimam
ou rejeitam.
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