terça-feira, 20 de agosto de 2013

Esquema do capítulo 5 – Linguagem e pensamento
(ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: uma introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 2009. 4. ed. p.54-65)

1. A linguagem do desenho
·         Uma das linguagens da arte.
o   A mais antiga, a mais usada até hoje.
2. O que é uma linguagem?
·         “É um instrumento que nos permite pensar e comunicar o pensamento, estabelecer diálogos com nossos semelhantes e dar sentido à realidade que nos cerca”.
·         Estrutura da linguagem
o   Toda linguagem é um sistema de signos.
o   Signo: é uma coisa que está no lugar de outra sob algum aspecto. (Peirce)
o   Tipos de signos
§  Se o signo está no lugar do objeto, isto é, se o substitui, ele é uma representação do objeto.
§  Quando a relação é de semelhança, temos um signo tipo ícone.
§  Se a relação é de causa e efeito, uma relação que afeta a existência do objeto ou é por ela afetada, temos um signo do tipo índice.
§  Se a relação é arbitrária, regida simplesmente por convenção, temos o símbolo.
·         Como só o ser humano é capaz de estabelecer signos arbitrários, regidos por convenções sociais,  dizemos que o mundo humano é simbólico.
o   Outros elementos da linguagem
§  Precisamente por ser um sistema de signos, toda linguagem possui um repertório, ou seja, uma relação de signos  que a compõem.
§  É preciso que se estabeleçam as regras de combinação dos signos.
§  A linguagem deve estabelecer as regras de uso dos signos.
§  Só quando conhecemos o repertório de signos, as regras de combinação e as regras de uso desses signos é que podemos dizer que dominamos uma linguagem.
o   A construção da significação
§  Só podemos saber com qual significado o signo está sendo usado a partir da frase, que oferece o primeiro contexto da comunicação.
§  A situação social na qual a frase é dita é o segundo contexto que nos auxiliará na decodificação do signo e da mensagem.
·         Tipos de linguagem
o   Linguagem matemática, as de computador, as línguas diversas, as linguagens artísticas (arquitetônica, musical, pictórica, escultórica, teatral, cinematográfica) e as gestuais, da moda, espaciais e outras.
o   Algumas são mais flexíveis que outras.
o   As linguagens só se desenvolvem em função de projetos.
3. A linguagem verbal
·         “A palavra é a senha de entrada no mundo humano” – Georges Gusdorf.
·         A linguagem é um sistema de representações  aceito por um grupo social que possibilita a comunicação entre os integrantes do grupo.
o   Produto da razão e só pode existir onde há racionalidade.
o   É um dos principais instrumentos na formação do mundo cultural porque nos permite transcender nossa experiência.
o   O nome, ou a palavra, tem a capacidade de tornar presente para nossa consciência o objeto que está longe de nós.
§  Não precisamos mais da existência física das coisas: criamos por meio da linguagem, um mundo estável de idéias que nos permite lembra o que já foi e projetar o que será.
§  Dessa forma, é instaurada a temporalidade no existir humano.
§  Pelas palavras podemos transmitir o conhecimento acumulado por uma pessoa ou sociedade, podemos passar adiante essa construção da razão que se chama cultura.
4. Funções da Linguagem
·         Para nos comunicarmos com os outros seres humanos de hoje, do passado e do futuro; para expressar nossos afetos positivos ou negativos; para falar da realidade que nos circunda; ara despertar uma reação no destinatário; para discutir o código que estamos usando ou outro qualquer; para reafirmar o contato com o outro, sem o que não haverá comunicação; e para fazer arte.
·         Dispomos de toda essa riqueza quando temos o domínio de uma ou de várias linguagens.
5. Linguagem, pensamento e cultura
·         Diversos tipos de pensamentos:
o   Pensamento concreto – se forma a partir da percepção sensível, ou seja, da representação de objetos reais, e é imediato, sensível e intuito.
§  As linguagens artísticas são mais adequadas ao pensamento concreto.
o   Pensamento abstrato – estabelece relações, que cria os conceitos e as noções gerais e abstratas , é mediato e racional.
§  Para o pensamento abstrato e conceitual, que se afasta do sensível, do individual, a língua se apresenta como condição necessária, por ser um sistema de signos simbólicos
·         Além de estruturar o pensamento, a linguagem mantém estreita relação com a cultura. Se, por um lado, as várias linguagens fixam e passam adiante os produtos  do pensamento sob a forma de ciência, técnicas e artes, elas também sobrem a influência das modificações culturais . Nas línguas há modificações semânticas e de repertório a partir das novas descobertas e do desenvolvimento da técnica. Nas artes, a reestruturação da linguagem responde a mudanças de valores, de anseios e de buscas no seio da cultura de cada sociedade.

·         A aquisição da linguagem é um marco referencial da humanidade.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Esquema do capítulo 9 – O que podemos conhecer?


(ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: uma introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 2009. 4. ed. p.108-116)

1. O ato de conhecer
v  Teoria do conhecimento => campo que abarca as questões sobre o conhecer.
v  Conhecimento => modo pelo qual o sujeito se apropria intelectualmente do objeto
Ø  Ato – relação sujeito e objeto.
Ø  Produto – resultado do acumulado.

2. Os modos de conhecer
v  Intuição – conhecimento imediato
Ø  Empírica – baseada na experiência
§  Sensível – sentidos.
§  Psicológica – sentimentos.
Ø  Inventiva – inspiração.
Ø  Intelectual – intuição primeira
v  Conhecimento discursivo – conhecimento mediato => conceito ou idéias gerais => juízos e raciocínios => demonstração e conclusões.

3. A verdade
v  Veracidade
Ø  veraz (não mente)
§  verdade / mentira
Ø  realidade
§  verdadeiro / falso
v  Realidade (depende do juízo)

4. Podemos alcançar a certeza?
v  Dogmatismo
Ø  Senso comum: certezas não questionadas.
Ø  Filosófico: a razão pode alcançar a certeza absoluta – René Descartes.
v  Ceticismo
Ø  Não há possibilidade de conhecimento – Gorgias (ser – pensar – dizer).
Ø  Moderado: é impossível encontrar certezas, mas não se deve abandonar a busca da verdade.
Ø  Pirro de Élida
§  Suspensão do juízo.
§  Não se pode discernir verdadeiro do falso.
Ø  Michel de Montaigne
§  Valorização da subjetividade.
§  A consciência prefere a dúvida à certeza.
Ø  David Hume
§  Nossas certezas são probabilidades.
Ø  Immanuel Kant
§  Só conhecemos os fenômenos.

5. Teorias sobre a verdade
v  Evidência como critério da verdade
Ø  Aristóteles – “é verdadeira a proposição que corresponde a um fato da realidade”.
v  Racionalismo – há um mundo objetivo a ser desvendado pela razão
v  Mestres da suspeita – termo cunhado por Paul Ricoeur para designar Marx, Nietzsche e Freud por suspeitarem das ilusões da consciência.
Ø  Marx: a ideologia
§  Conhecimento ilusório (manter a verdade do dominante)
Ø  Nietzsche: o critério da vida
§  Instintos – valores são racionais
Ø  Freud: o inconsciente
§  A busca da verdade velada
§  Desejos
Ø  Há desdobramentos posteriores.

6. A verdade como horizonte
v  Aceitar o movimento contínuo entre certeza e incerteza.
v  A verdade continua como propósito humano necessário e vital, que exige a liberdade de pensamento e o diálogo, para que os indivíduos compartilhem as interpretações possíveis do real.

terça-feira, 2 de abril de 2013

Exercício extra classe para os alunos do 2º ano EESTA


DISCUTINDO O PRECONCEITO

TEXTO 1
                Preconceito (pré-conceito) significa conceito (ou opinião) formado antecipadamente, com o desconhecimento dos fatos. Geralmente ocorre porque internalizamos muito da nossa herança cultural sem discussão. O risco do preconceito está na postura dogmática que recusa reexaminar essas convicções. Em decorrência, o preconceito se torna fonte de intolerância e de violência, levando à discriminação quando o diferente é considerado inferior e, por isso mesmo, excluído dos privilégios que os “melhores” desfrutam.

TEXTO 2
                “Nos Estados escravagistas, o sistema de autoridade e de hierarquia, pelo qual se afirmava a dominação dos brancos, impunham-se graças às regras estritas da etiqueta. Negros e brancos podiam viver juntos na medida precisamente em que as regras de etiqueta lembravam constantemente a desigualdade de condição de uns e de outros. Os ‘escravos de casa’ partilhavam a intimidade de seus senhores, na qualidade de domésticos, amas-de-leite, serviçais e concubinas. Frequentavam a mesma igreja, os jovens negros brincavam com os filhos de seus senhores. (...) Se negros e brancos podiam viver juntos no mesmo espaço social e doméstico e manter relações sexuais, embora o casamento entre brancos e negros estivesse excluído, é que a diferença de condição era suficientemente clara para que essa familiaridade não pusesse em questão a superioridade dos primeiros. Os papéis eram desprovidos de qualquer ambigüidade. O negro conhecia ‘seu lugar’ e havia interiorizado sua condição inferior. As regras precisas da etiqueta lembravam-no disso a todo momento”.
(SCHNAPPER, Dominique. Racismo. Em: CANTO-SPERBER, Monique. Dicionário de ética e filosofia moral. v.2. São Leopoldo, RS: Unisinos, 2003. p. 458.)

TEXTO 3
                “Todos os regimes de opressão justificam-se pelo aviltamento dos oprimidos. Eu vi, na Argélia, muitos colonos acalmarem sua consciência pelo desprezo que sentiam em relação aos árabes esmagados pela miséria: mais eles eram miseráveis, mais pareciam desprezíveis, de tal forma que não havia jamais lugar para o remorso.”
(BEAUVOIR, Simone. Moral da ambigüidade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1970. p. 86.)

1. Realizada a leitura, o grupo deverá discutir o sentido dos três textos e em seguida escolher uma das formas de preconceito para aprofundar a discussão e dividir as tarefas entre si.
2. O grupo deverá pesquisar sobre o tema escolhida.
3. Ao final, deverá elaborar um texto com as conclusões do grupo e apresentar para a classe.

A consciência mítica - Esquema do capítulo 2


(ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: uma introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 2009. 4. ed.)

1. Dois relatos míticos
v  A Filosofia é grega, nascida nas colônias gregas no século VI a.C.
v  O mito era uma forma de pensamento que existia antes da Filosofia, porém ela ainda existe no nosso meio.
v  Dois mitos:
Ø  Origem da noite – povos indígenas, maué, nativos dos rios Tapajós e Madeira.
Ø  Origem dos males – gregos dos tempos homéricos.
v  Mito não é lenda, fábula ou crendice.
Ø  “Na linguagem comum costuma-se identificar o mito à mentira”.
Ø  O mito é mais expressivo e rico e não desligado da vida.

2. O que é mito?
v  Mito – processo de compreensão da realidade.
Ø  O mito é uma verdade, resultado de uma intuição compreensiva da realidade.
Ø  O mistério é outro componente importante do mito.
Ø  Os mitos, muitas vezes, estão envoltos no sagrado, no divino, sendo de natureza sobrenatural.

3. Os rituais
v  Mircea Eliade – uma das características do mito é fixar os modelos exemplares de todos os ritos e de todas as atividades humanas significativas.
Ø  Os gestos dos deuses são imitados nos rituais.
Ø  O rito é a atualização do evento mítico.
v  Exemplos de rituais
Ø  Ritos de passagem – nascimento, da infância para idade adulta, do casamento, da morte
Ø  Ritos próprios de uma crença – cultos, cerimônias, oferendas, preces, templos, festas, objetos religiosos.
v  Transgressão do Tabu
Ø  Tabu – proibição, interdito.
§  Assume caráter sagrado.
§  O mais antigo é o do incesto.
Ø  Rituais de purificação
§  Expiação – sacrifício de algum animal ou homem/mulher

4. Teorias sobre o mito
v  Inúmeras teorias de antropólogos, filósofos, psicanalistas, historiadores.
v  As funções do mito
Ø  Explicam o mito pela função que desempenham no cotidiano da tribo, garantindo a sobrevivência e a tradição do grupo.
§  Exemplos: a origem da agricultura, a fertilidade das mulheres, o caráter mágico das danças e desenhos.
v  O caráter inconsciente do mito
Ø  Acentuam o caráter existencial e inconsciente do mito, como revelador do sonho, da fantasia, dos desejos mais profundos do ser humano.
v  O mito como estrutura
Ø  O mito como explicação e fundamentação das estruturas de uma sociedade/sistema.

5. O mito nas civilizações antigas
v  Nas civilizações antigas era componente importante da cultura
Ø  As religiões separaram sagrado e profano.
Ø  O poder era exercido pela classe sacerdotal. O soberano era um deus.
Ø  Teocracia.
v  Os deuses gregos
Ø  Civilização grega – constituída de diversas regiões autônomas, mas que possuíam a mesma língua e a mesma cultura.
§  A religião era politeísta.
§  Deuses eram imortais e viviam no Monte Olimpo.
§  Havia oferendas, sacrifícios e peregrinações aos grandes santuários.
Ø  Homero
§  Poeta ambulante escreveu as epopéias Ilíada (sobre a guerra de Tróia) e a Odisséia (a volta de Ulisses para casa após a guerra de Tróia).
§  As epopéias desempenharam papel pedagógico importante, pois descrevia a história grega e transmitia os valores culturais.
§  As epopéias também mostravam o herói que buscava a virtude.
Ø  Hesíodo
§  Poeta que escreveu as obras Teogonia (sobre a origem do mundo e dos deuses) e Trabalhos e os Dias (sobre o mundo dos mortais e sua organização).
§  Suas obras mostram o interesse pelo mito.

6. O mito hoje
v  O pensamento reflexivo teria decretado a morte da consciência mítica?
Ø  Positivismo – Augusto Comte – a ciência supera o mito
§  Cria o mito do cientificismo – a ciência como capaz de explicar tudo.
§  O senso comum, a filosofia, a arte, a religião não nega que o mito está na raiz da inteligibilidade.
§  Os mitos ainda persistem no cotidiano.
Ø  A permanência do mito
§  O mito ainda é uma expressão fundamental do viver humano, o ponto de partida para compreensão do ser.
§  Histórias em quadrinhos de super-heróis, luta do bem contra o mal (maniqueísmo); os conto de fada; as personalidades; na política que se direciona para os valores (virtudes) ou ainda em circunstâncias que se levantam falsos mitos.
§  O comportamento é cheio de rituais, religiosos ou secularizados; as manifestações coletivas.

7. Para refletir
v  Os mitos fazem parte da vida do ser humano, mesmo que em escalas diferentes, e apesar das críticas racionais que os legitimam ou rejeitam.